Olhando para esse exemplo do Panamá, pensei um pouco sobre nossas ultimas campanhas políticas no Brasil. Me parece que os nossos marketeiros ainda não perceberam o poder dessa humanização dos políticos. A grande maioria das campanhas segue a mesma linha de criação: em toda a midia impressa o político aparece sorrindo, em uma foto feita em estudio com o seu nome e um slogan ao lado. Lula, Serra, Alckmin, Marta... Todos esses políticos seguem a mesma fórmula de sempre. Seus programas de TV, que poderiam cumprir esse papel de humanizar o candidato de forma ainda mais eficiente, também não escapam da padronização excessiva: apresentadores em um estudio, jingle com frases de efeito, muita tecnologia e didática. Mesmo as cenas inseridas durante o programa que mostram o político em caminhadas junto ao povo são padronizadas, e parecem ser ensaiadas e pouco naturais. Quem se esqueceria da cena, da então candidata Marta Suplicy, de sapatos de salto alto, vestida com seus terninhos importados, andando no barro e tentando saltar um córrego? Nada mais natural...
Mas, temos também bons exemplos. O presidente Lula é o melhor deles. Apesar da padronização da sua campanha, ele não precisou ser humanizado. Ele fala errado, tem pouca educação, faz discursos inflamados em cima de caminhões, gosta de uma cachacinha e muitas vezes tomado pela emoção, fala coisas que tem que ser desmentidas por seus assessores em seguida. Tudo errado... Ou tudo certo? O Presidente tem a maior aprovação da história do país, e todos os escândalos e bobagens do seu governo não colam nele de forma alguma. A sua imagem é mais forte que a imagem do seu partido, e até mesmo que a imagem de um presidente da republica. Lula é gente que venceu na vida.Voltando ao Panamá, o candidato Martinelli aparentemente leva uma vantagem considerável na disputa a presidência e deve ganhar com facilidade. Não podemos dar todo o mérito dessa provável vitória à sua campanha humanizada. Martinelli é um empresário de sucesso, e deve ser propostas boas para o seu país. Mas olhando para essa experiência, e pensando sobre as nossas ultimas campanhas aqui no Brasil eu posso afirmar que o processo de humanização das campanhas políticas pode fazer muita diferença entre os políticos. Afinal, não votamos de verdade em partidos políticos, propostas mirabolantes, ou planos de governo. A gente vota mesmo é em gente.
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